sábado, 16 de agosto de 2008

Uma volta


Me sentia oscilando entre a vida e a morte. Não sabia ao certo se estava vivo.

Fui, voltei, fui novamente. Caí, chorei, levantei. Riram de mim, fui tachado de coitado, fui amaldiçoado. Mas também fui abençoado e carregador de pensamentos positivos. Fui negativo.
Quando saí, achei que seria apenas uma volta, e assim sofri um caminho sem horizonte, um chão trincado e o vento abafado a queimar meu rosto. Pensei que fosse apenas uma volta. Mas tive que aprender a ver a hora passar, as pessoas dizerem "adeus", a ser o único a ficar, o único a não sorrir, e quando sorrisse, que fosse por poucos segundos e de forma amarela. Acostumei a ser o último a apagar a luz, era como se fosse uma maldição. Porém, aprendi com minhas lágrimas, e nelas nadei para poder retornar ao seio de minha vida, e como uma explosão que surge do mais absoluto silêncio, gritei que estava vivo, na mesma ânsia de quem sai da submersão do mar revolto. E entre lágrimas de um sorriso tímido mas vencedor, superador. Trêmulo me ajoelhei e nunca antes em minha vida tinha enxergado tudo ao meu redor tão pequeno. Foi uma mistura de sentimentos, entre elas, a que muito ainda havia a ser feito apesar do êxito.

E ao me verem correndo transbordando brilho de meu semblante, disseram-me: "Por que estás tão feliz?
Eu respondi: "Nada, apenas uma volta..."

Eu estava vivo...

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