
Sim, eu repeti várias vezes, e sempre ouvia o eco, não um eco de vazio, mas o do retorno. Continuava repetindo, e adorava ouvir. Mas foi diminuindo, e eu sentindo a penumbra me abraçar, uma fraqueza no peito e aquela ansiedade que nem o fumante mais inveterado ao ficar sem a porcaria do cigarro sente. Latejava, doía como a exclusão da sociedade aos olhos do mendigo, mas como ele, obrigado a acostumar.
Insisti, gritava, depois passei a falar em tom alto, depois a altura normal, sussurro, balbuciava, pensava e me calei. Mas ainda pensava e sentia. Foi sumindo, mas eu agarrava com força, numa pretensão sem direitos.
Queria ao menos ter certeza que do outro lado havia uma concordância, uma resposta, o mesmo que eu exclamava, o mesmo pelo qual eu costumava viver.
Enfim, cansei não querendo cansar, mas minhas mãos exaustas e meu peito dilacerado e sem ar me convenceram.
Parei de dizer: "Eu te amo".
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