quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Haikai: após a virada

Superstição é coisa para se ignorar
nada de numerologia ou simpatia
Mas não deixo de pular 7 ondas no mar.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Haikai: o paranoico

Mesmo uma frase inocente de uma criança o arrasa
Disse-lhe "Oi, cara de boi!"
E ele voltou correndo pra casa.


terça-feira, 17 de novembro de 2009

A fumaça da vela

Pinga um pocado.
O tilintar na janela me faz lembrar, que assim como os clarões e os estrondos, não há nada melhor para que redescubramos nossos desejos ocultos.

E a luz das velas, traz em suas sombras instáveis, um pequeno filme dos dias que passamos abaixo do sol. Nós nos reorganizamos, repensamos, e traçamos novas metas ou estratégias.

Depois a energia volta, e junto com a fumaça da vela soprada, se vai por água abaixo, tudo o que nos acompanhou durante as horas da mais clara escuridão da sabedoria momentânea.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Lacaio

Inverteu-se o lado da gangorra. Mesmo que do lado que cá esteja mais pesado, estou sendo erguido.
São gritos, sarcasmos e deboches gratuitos de quem venceu uma batalha com a ajuda da sorte.

LACAIO.

Assim assumiste a vantagem, me resta aguardar para que o sono dos justos seja recebido. Não quero franzir a testa sempre noite após noite. Chega de duas faces, chega desse xadrez que nunca termina,
Procuro uma porta para poder sair, mas ainda não encontrei.
Espero sentado como a vítima espera pra ser acusada. Amanhã ainda estarei no campo de concentração, e verei que o pesadelo se estenda pela realidade ao abrir meus olhos cansados por presenciar tamanho descaso.
Nossas almas estão atormentadas, e a minha cabeça ainda planeja explodir.
Vai embora. Quero ar.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Às voltas do relógio


É um caminhar repetitivo
olhares (in)voluntários a um mesmo ponto fixo
ponteiros que apontam a todas as direções
o coração adormece
a cabeça pesa e os pensamentos flutuam
são possibilidades, razões e teorias
são fórmulas para resolver essa questão quântica
a lógica que se derrama sobre a ansiedade
aos poucos torna dormente essa sensação incômoda de vazio
do passarinho desolado ao não encontrar o ninho.
Incontáveis formas de se contar o conto sem final feliz.

Mas tudo isso se esvai na mesma hora...
em que você surge com um sorriso na porta.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A linha azul

Às vezes as pessoas mais especiais estão conosco no dia-a-dia e não percebemos. Olhamos o azul do mar no horizonte admirando a linha tão distante e imaginando como deve ser a sensação de navegar desvendando o desconhecido na busca de um sonho: ter alguém que nos ame de verdade. E assim passamos a não ver que na margem, nas pequenas marolas, o mar nos traz aos nossos pés, tudo aquilo que sonhávamos.

E como no primeiro choque da água que vem gelada nos nossos pés, nos assustamos, mas a sensação nos faz lembrar o arrepio que as grandes emoções da vida nos reservam.

Hoje sei, que você não só me faz sentir um arrepio, mas me despertou para a vida, e que agora juntos podemos ir para aquela linha azul no horizonte. Quero sempre poder estar ao seu lado, a cada tormenta e a cada nascer do sol, da popa à proa quero dizer o quanto você já faz parte de mim, e o quanto continua a ser mais importante a cada meio segundo transcorrente.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Filosofias de um boteco: parte II

"Quando a esmola é demais, o mendigo vai às compras."

Filosofias de um boteco: parte I

"A verdade dói. Só dói. Já a mentira corrói."

"Às vezes na simplicidade é que se encontra a complexidade."

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Verdades do gargalo

Sorri, sorrio, sorriria...sorrirei algum dia.
A bebedeira chega trazendo facilmente o que em minha lucidez pareceria um desafio
gargalhadas!
às vezes o álcool tem razão.
O efeito passa, a consciência retorna, e o bom senso nos faz sorrir pela besteira de desacreditar na vida.
Hoje sorrio de novo. E muito.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Haikai: mesmo assim

Tão rápido o Reveillon se aproxima,
confirmando um ótimo ano em que,
mesmo com algumas derrotas, saí por cima.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Haikai: recado de geladeira


Saí na pressa pro emprego!
Tem nostalgia no gelo
de um amor que ficou azedo.

sábado, 26 de setembro de 2009

O bom escritor às palavras torna

Um ano se passou e muita coisa mudou, como não poderia deixar de ser.
Foram pensamentos, conceitos, crenças, certezas e dúvidas. A inexperiência deu lugar à maturidade, ainda não totalmente completa, mas num patamar mais confortável. Afinal, nunca deixamos de precisar amadurecer mais.

Mas enfim, foi uma viagem longa, cansativa e dolorida, com muitas surpresas boas e outras nem tanto. Foram dias na janela de um trem que oscilava e solavancava, e o aroma de mudança se ergue a cada quilometragem deixada para trás. Foram milhares de pontos de vistas sobre a minha vida. Sobre meu lado profissional, sobre família, sobre meus erros, sobre amigos verdadeiros, sobre como agir e se postar para enfrentar as bombas que a vida larga nos nossos pés. E claro, pensei muito nas chagas do meu peito, nas marcas e cicatrizes que hoje incomodam apenas, mas que me fazem saber que vivi e por isso tenho o direito de carregar certa experiência.

Viajei pra muito longe de mim, mas eu encontrei o meu destino.
Trago em minhas malas lembrancinhas, souvenirs, e muita história pra contar. Saí de uma penumbra que me ocultou um tempo da vida, e agora ao desfazer as malas e ver tanta coisa mudada ao meu redor e em mim, percebo que há muito mais além do muro do que eu imaginava. Como diria Tim Maia "...há tanta vida lá fora..."
Vejo que muita coisa ficou no mesmo lugar, assim como outras que mudaram da água pro vinho ou até pra graspa.

Bom, chego com muitas novidades que a vida me deu de presente, as boas e as ruins me fizeram crescer. E a partir de hoje quero expor meu estado de espírito por meus textos. Chega de dor, chega de saudade melancólica, vamos escrever das coisas que movem nossos mundos, nossos sonhos. Eu havia enterrado meus sonhos, hoje trago comigo novos, baseados na minha nova vida que transformei em realidade antigos desejos.

Aliás, deixem-me desfazer as malas. Na sala teremos muito o que conversar sobre a minha viagem. E acreditem, há coisas muito melhores de se falar do que paixões mal resolvidas e amores desertados.

Estou de volta.